Por Orlando Oda
Se
não existisse a força de atrito, não haveria movimento. Conseguimos
caminhar porque há atrito da sola do pé com o solo. O atrito é
resultante do contato entre dois corpos. O relacionamento entre pessoas
também é feito de atritos. Os atritos permitem que as pessoas
movimentem, vá para frente e cresçam.
Se
o atrito for demais, os corpos não conseguem se movimentar. Ficam
presos um no outro. Nos relacionamentos pessoais acontece o mesmo. É
quando o atrito passa a ser conflito, para de movimentar e crescer. No
ambiente corporativo é a causa de crises, brigas, desperdício e queda de
produtividade.
Um
dos atributos requeridos para ser um bom líder é a capacidade de gerir
os atritos. Numa pesquisa realizada no ambiente de trabalho, 75% dos
participantes responderam que o desentendimento, o atrito, gera
resultados positivos. O restante (25%) diz que geram resultados
negativos: estresse, doença, falta no serviço, desmotivação.
Fisicamente
o atrito é uma força que atua no sentido contrário e não é visível. O
atrito entre pessoas também não é visível, acontece mentalmente. O
problema é quando passa a ser visível, perceptível, a insatisfação é
manifestada em gestos, brigas, raiva, ódio. É sinal de que o atrito se
transformou em conflito. Mas, como evitar que atritos se transformem em
conflitos?
Muitos
anos atrás li o livro “A cartilha da Vida”, de autoria do Dr Massaharu
Taniguchi. Utilizo as lições para gerenciar os atritos para não criar
conflitos. Pergunta o autor: “Por que se põe lubrificante nas
máquinas?”. É para diminuir o atrito entre as peças, para não gastar
energia desnecessariamente.
Quanto
mais atrito, menor a eficiência das máquinas. A força, a capacidade
produtiva do homem é desperdiçada pelos conflitos: ódio, raiva,
insatisfação, inveja, desgosto, preocupação. São todas resultantes de
atritos mentais excessivos. O que fazer para não ter atrito mental?
Do
mesmo modo que as máquinas, basta colocar um pouco de lubrificante na
mente. São três os lubrificantes da vida: “óleo gratidão”, “óleo
alegria” e “óleo amor”. E onde podemos comprar estes óleos? Não há
necessidade de comprar, nem pagar, está dentro de cada pessoa em grande
abundância.
A
gratidão tem um significado e uma importância muito maior do que muita
gente consegue perceber. Lembrar e agradecer uma pessoa ou um
acontecimento leva a reviver os momentos felizes. Só isto basta para
tornar o dia mais alegre, ver que há calor humano nos relacionamentos e
muitos momentos bons e felizes na vida.
Existem
pessoas que embora inteligentes e talentosas não são bem sucedidas. A
causa disso está na falta de alegria. Por ser inteligente e talentosa a
pessoa consegue ver “defeitos” demais nos outros. Ficam críticos,
gerando atritos que se transformam em conflitos permanentes. Passa a
enxergar o mundo sombrio, sem alegria.
O
melhor óleo para amaciar o coração, facilitar os contatos pessoais e
profissionais chama-se “óleo amor”. Quando lubrificamos o trabalho com
este óleo, todos os conflitos desaparecem. Conseguimos equilibrar as
nossas diferenças no nível de atrito. O relacionamento bem equilibrado
resulta em “eu ganho, você ganha, nós ganhamos”.
Quando
trabalhamos ou estudamos com alegria, com gratidão, com vontade de
ajudar o próximo, não sentimos cansaço, ficamos mais fortes e sadios.
Uma mãe que ama o filho levanta-se altas horas da noite fria, esquenta o
leite, cuida do bebê, dorme pouco e não sente que esse trabalho é
penoso. É assim que devemos nos comportar diante da vida e do trabalho.
Orlando Oda é administrador de empresas, mestrado em administração financeira pela FGV e presidente do Grupo AfixCode.
fonte: InformaMídia Comunicação
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