Inegavelmente, os condutores de veículos de São Luís são
extremamente deselegantes e mal-educados. E isso não me exclui. Por vezes, eu
já xinguei, berrei, cometi uma ou outra infração, mas nada que colocasse a vida
de outras pessoas em risco. Em vários trechos da cidade, o que vemos é um
pedaço da Babel por aqui, porque cada um fala uma língua, defende seu interesse
e pouco se chega a entendimentos. Às vezes, isso acontece de quem deveria dar
exemplo. Esta semana mesmo, uma moto-escola passou cortando o trânsito e
buzinando contra os motoristas que eu pensei que o Código Brasileiro de
Trânsito tinha mudado para radicalidade. E teve também um instrutor em seu
carro vermelhinho com faixa amarela indicando AUTO-ESCOLA, que resolveu cortar
todos no sinal. Ele era o cúmulo da impaciência, pois o sinal nem havia ficado
verde direito e ele já estava buzinando alucinadamente para os outros andarem. Isso
aconteceu no João Paulo.
Nenhum outro trecho provoca mais confusão nesta cidade
que a Avenida João Pessoa ou São Marçal, que se estende desde o Viaduto do Café
até a rotatória que deságua no Bairro do Fátima ou Apeadouro. O ponto mais
crítico, lógico, fica nas proximidades da feira do João Paulo, onde vendedores
ambulantes e lojistas tomam conta das calçadas, os transeuntes tomam conta da
pista e os carros e motos se atropelam em uma interminável briga por espaço. O meio-fio
chega a fazer o papel de juiz, para impedir que mais brigas aconteçam.
Mas gostaria de chamar atenção para quando as autoridades
fazem questão de complicar ainda mais. Ao longo da referida avenida, existiam
13 retornos. Isso mesmo. 13 retornos. Alguns funcionavam de forma regular e
facilitavam; outros eram completamente inadequados e só atrapalhavam. Como medida
reparadora, a Secretaria de Trânsito e Transporte da cidade fechou alguns
desses retornos: o que ficava em frente ao Banco Bradesco e Igreja São Judas
Tadeu; o próximo da loja Citylar (antiga Gabryella) e do Colégio Batista; e o
que ficava em frente à rua de acesso à Escola Lírio do Vale (Jordoa). Pouco depois,
fecharam o que estava em frente ao Colégio Master. Por último, colocaram blocos
para impedir a passagem de veículos nos retornos localizados próximo ao Sest
Senat (Jordoa) e ao Convento das Irmãs São José (Filipinho). Com isso, o número
de retornos ainda possíveis caiu para sete, o que de certa forma deu fluidez ao
trânsito na avenida.
E onde está a complicação nisso? Primeiro, as
intervenções foram iniciadas de forma provisória para, só depois, serem
definitivas. Foi o caso do que aconteceu em três pontos, onde blocos foram
colocados e depois a passagem foi completamente fechada com a junção das duas
pontas do meio-fio.
|
Retorno no Filipinho completamente fechado |
|
Retorno fechado em frente ao Bradesco do João Paulo |
Esse tipo de intervenção não tem como questionar. O retorno
já não existe mais e, quem quiser, tem procurar onde passar. Só que nos outros três
pontos fechados, os blocos foram colocados e nunca mais retirados. Não houve
nem trabalho concreto com concreto para mostrar que, ali, está terminantemente
proibida a passagem de veículos. Resultado: quase todos os dias, os blocos de
cimento são afastados, para que os motoristas e motociclistas possam passar com
seus veículos. O perigo nisso tudo está no fato de que muitos deles afastam os
blocos e deixam os mesmos no meio da pista, como é possível perceber nas
imagens.
|
Retorno no Filipinho em frente ao Convento São José |
|
Os blocos foram retirados e completamente espalhados na via |
|
Motociclistas usa retorno interditado |
|
Blocos de cimento invadem a pista de rolamento |
|
Passagem é possível até mesmo para carros |
A cena se repete no Apeadouro, nas proximidades da Vila Militar, entre a rotatória de São Marçal e a Igreja de São Vicente. Lá, os blocos também foram afastados e o perigo emana de todas as formas.
|
Retorno no Apeadouro também foi fechado com blocos |
|
Veículos passam no retorno que havia sido fechado |
|
Bloco de cimento está jogado no meio da pista |
Por algumas vezes, escapei de colidir com essas
estruturas no meio da pista. E outros motoristas também. Até onde sei, não
houve nenhum acidente... AINDA. Mas até quando as pessoas que passam por ali
vão correr o risco de acidentes por conta da impaciência de alguns da inércia
do poder público?
|
Retorno na Jordoa próximo ao Sest Senat |
|
Blocos também foram afastados no local |
|
Motociclista retorna de forma irregular no João Paulo nas proximidades do Batista |
Nenhum comentário:
Postar um comentário