terça-feira, 25 de março de 2014

Como motivar os filhos a gostarem de aprender?

A sócia-diretora da Companhia de Idiomas, Rosangela Souza, no mercado de idiomas há mais de 20 anos, ensina pequenos truques para os pais ajudarem os pequenos a  vencer a barreira do aprendizado
 
Nem sempre os filhos gostam de estudar - para o desespero dos pais. Mas nem tudo está perdido. Com atenção e pequenas mudanças de atitude, os pais podem despertar o entusiasmo pelo aprendizado e se surpreender com o resultado. "Os pais devem estar atentos a alguns aspectos fundamentais", diz Rosangela Souza. Conheça-os: 

É importante mostrar que aprender pode ser divertido:
Seus filhos devem, desde muito cedo, desenvolver prazer e curiosidade de aprender e nunca considerar aprendizado como obrigação.  Fazê-los estudar porque tem prova, ou mandar estudar como castigo são formas de dizer ao seu filho que aprender é algo chato. Se quisermos que nossos filhos gostem de descobrir coisas novas durante toda a vida, precisamos criar condições para que o aprendizado seja lúdico e divertido. Mas é necessário também dar o exemplo: para você, aprender coisas novas é divertido? Você pergunta ao seu filho o que ele está aprendendo, não para checar a assimilação, mas porque tem curiosidade em saber coisas novas, em ampliar seu mundo? Se não dá o exemplo, é mais difícil seu filho ter este comportamento.

Variar a rotina dos filhos é essencial para que o aprendizado não fique muito limitado:
Crie e mantenha na sua casa diferentes atividades de lazer, para que ninguém seja viciado em nada: mostre que é possível desligar a TV para ler um livro, variar a rotina, fazer algo diferente a cada noite, especialmente não transformando em hábitos aquelas coisas banais que, já sabemos, se forem frequentes serão nocivas, porque nos tirarão de atividades que podem mudar nosso destino.  Assistir a um capítulo de uma novela ou  Big Brother, a cada quinze dias, por exemplo, não faz mal a ninguém.  Mas perder duas horas todos os dias com estas bobagens, é um péssimo exemplo, pois você está passando a mensagem de que também não gosta muito de aprender coisas novas, já que não há nada de novo nestes programas.  Como seus filhos estão aprendendo o mundo com você, eles podem incorporar (em excesso) vários destes hábitos nocivos, incluindo redes sociais e games. Ou seja, se somar um pouco de tudo isso, não sobra tempo para nada relevante no dia. Verifique se as boas ações que propulsionam o aprendizado já estão virando hábitos. Ele pega o violão pelo menos uma vez por semana? Lê um livro? Conversa em inglês com o tio? Assiste ao noticiário e discute suas opiniões com você?  Está no caminho certo.  Diversão diária, mas sem tomar todo o tempo disponível para o aprendizado.

Ensinar a ter paciência pode não ser uma tarefa fácil; mas é indispensável para um futuro glorioso:
Sabe aquele teste de 1960 em que crianças de quatro anos tiveram de decidir se queriam um marshmallow na hora ou dois marshmallows depois de quinze minutos? Pesquisadores americanos monitoraram estas crianças por décadas. Aquelas que conseguiram esperar por dois marshmallows, hoje são mais bem sucedidas em tudo o que fazem. Eram crianças que, por alguma razão, já entendiam que o anseio pelo prazer imediato pode privar você de um benefício maior.  Você atende a todas as necessidades de seu filho, na hora?  Ele não tem exercitado a paciência de esperar por algo melhor no futuro, se privando de algo prazeroso hoje?   Cientistas afirmam que ele pode ter problemas  no trabalho, por não ter foco. Problemas financeiros, por não ter autocontrole. Problemas de peso, por não resistir aos doces. E vai se especializar em desistir de cursos, por não ter paciência de passar pelas dificuldades inerentes a qualquer aprendizado.  Persistência, paciência, resiliência, humildade de aprendiz.

Associe o aprendizado a momentos prazerosos em família:
Para que tudo isso aconteça, seu papel como motivador é fundamental, já que a criança repete o comportamento que os pais dão atenção. Se o objetivo é o aprendizado do inglês, você deve propor jogos de vocabulário, ler para eles estorinhas em inglês, assistir a desenhos em inglês, ouvir música com eles. Se forem adolescentes, acompanhe uma série com eles, sem legenda. Interesse-se pelas bandas, pesquisem juntos a letra da música. Sem pressão, só diversão mesmo. Não fique corrigindo tudo, lembre-se de que o objetivo é se divertir aprendendo e não que ele domine o conteúdo. Tudo isso pode ser muito prazeroso para os filhos, simplesmente porque você está perto, e eles vão relacionar o aprendizado a momentos agradáveis. Quando adultos, talvez até se esqueçam da razão pela qual gostam tanto de aprender.  Mas você saberá que a memória que ele tem de aprendizado está relacionada a momentos prazerosos com você, e é isso que fará a diferença na vida dele, para sempre. Ele saberá que não existe mais o termo "terminei meus estudos" ou "me formei". Aprendizado é constante, por isso a maior herança que podemos deixar é a curiosidade e o prazer de aprender.


Sobre a fonteRosangela Souza é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e do ProfCerto. Especialista em Gestão Empresarial com MBA pela FGV e Professora de Estratégia na Pós-Graduação da FGV. Desenvolveu projetos acadêmicos sobre segmento de idiomas, planejamento estratégico e indicadores de desempenho para MPMEs. Atualmente é aluna de Pós-MBA da FIA.
Como empreendedora lançou, juntamente com mais três empresários, o portal Profcerto, um portal de talentos para professores e escolas de idiomas, que visa suprir a carência do mercado de professores capacitados e adequados para a grande variedade de escolas existentes.

fonte: Ecco Press Comunicação

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