*Por Rosana Braga
Há
quem garanta que o ciúme é o tempero do amor. Outros justificam esse
sentimento afirmando que quem ama, cuida. Acho que as duas afirmações
fazem algum sentido, especialmente se considerarmos a dose. Isso porque
ciúme excessivo em vez de temperar, envenena. E quem ama, cuida sim, mas
também se lembra de que monstros e situações mal resolvidas minam
qualquer intenção, por melhor que ela seja.
A
ideia não é brigar com os sentimentos, sejam eles quais forem.
Sentimentos são humanos e podem nos ensinar muito sobre quem somos. São
chaves para o autoconhecimento e para a conquista da maturidade.
Portanto, a ideia é aprender a percebê-los e a lidar com eles. No caso
do ciúme, o aprendizado é experimentá-lo com bom senso e equilíbrio, mas
sei que muitos não conseguem sequer imaginar essa combinação. Ciúme, em
muitos casos, não tem absolutamente nada a ver com bom senso e
equilíbrio. E é aí que está o problema.
Vale
esclarecer que este sentimento não tem, necessariamente, a ver com os
fatos. Explico: tem gente que acredita que o outro só pode se sentir
enciumado se tiver um motivo. Ou seja, se o outro estiver olhando para
os lados, paquerando ou traindo. Não é bem assim. Claro que o ciúme pode
ser motivado pela realidade, mas em muitos casos tem mais a ver com
quem o sente, do que com o que o outro faz.
Uma
pessoa pode sentir ciúme por estar insegura, por não confiar no outro,
por conta da atitude de um terceiro, por ter medo de ser enganado, entre
várias outras razões. E vale lembrar também que chamar o ciumento de
“maluco”, “lunático” ou qualquer adjetivo pejorativo não ajuda em nada. É
provável que o ciumento só queira ser acolhido. Na maioria das vezes,
basta ouvi-lo e se colocar no lugar dele para que se acalme. Aí sim, a
situação se torna motivo para esquentar a relação, e pode até render uma
picante noite de amor.
Por
outro lado, é muito importante que o ciumento se observe e reflita
sobre seu comportamento. Sentir ciúme é aceitável – e até compreensível
–, mas criar constrangimentos ao seu redor, reagir sem ponderar, “fazer
barraco” e “descer do salto”, acusando os outros de serem os únicos
responsáveis por seus próprios sentimentos, é sinal de imaturidade e
falta de noção. E isso é realmente muito desgastante.
Creio
que a questão essencial seja: do que você é capaz quando está com
ciúme? Existem pessoas que choram, outras que gritam, se fecham, ficam
sem falar com o outro, fazem escândalo, rompem a relação (ou a tornam o
centro de toda a sua vida) e ainda aquelas que são capazes de matar –
literalmente – a pessoa que julgam ser culpada pelo que sentem. É fácil
perceber as inúmeras explicações que existem para justificar o ciúmes.
No entanto, o mais importante é se conhecer e saber dosar esse
sentimento para que ele não se transforme em algo exagerado.
Se
você tem se dado conta de que o ciúme é um problema (e até um obstáculo
para o seu sucesso no amor), saiba que descobrir a resposta para esta
pergunta (do que você é capaz quando está com ciúme?) vai revelar muito a
seu respeito. E vai possibilitar que você se empenhe em encontrar
maneiras mais criativas e coerentes de lidar com o que sente. Porque
esta é a única diferença entre quem é feliz e quem não é: não o que você
sente, mas como lida com seus sentimentos.
* Rosana Braga é consultora de relacionamento e comunicação do ParPerfeito, palestrante, jornalista e escritora.
fonte: Sing Comunicação de Resultados
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