No período, houve redução de 95% dos óbitos e de 84%
dos casos graves. Ações de gestão contribuíram para a redução.Apesar da
queda,Ministério da Saúde ressalta a necessidade da adoção de medidas
preventivas.
O número de casos por dengue teve queda de 80% na
comparação do primeiro bimestre deste ano com o mesmo período do ano
passado. O Ministério da Saúde registrou 87 mil notificações entre
janeiro e fevereiro de 2014, contra 427 mil no mesmo período de 2013. A
queda também foi observada em relação às ocorrências graves (84%) e
óbitos (95%) – confira tabela.
Apesar da redução expressiva, o Ministério da Saúde ressalta a
importância de manter-se o alerta e a necessidade de dar continuidade
das ações preventivas.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário de Vigilância em
Saúde, Jarbas Barbosa, apresentam o balanço de casos da dengue nesta
terça-feira (18), em Brasília. Na ocasião, o Ministério da Saúde
divulgou também o novo Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti
(LIRAa) - Mapa da Dengue, realizado em 1.459 municípios – 48% a mais de
municípios do que a edição de 2013. O levantamento atual revela que 321
cidades brasileiras estão em situação de risco, 725 em situação de
alerta e 413 em situação considerada satisfatória. O percentual de
municípios identificados em situação de risco foi de 22% em 2014. No
mesmo período de 2013, o índice era de 27%.
Para o ministro Arthur Chioro, apesar da redução nos números da
dengue – resultado do esforço conjunto da população e dos governos
municipais, estaduais e do Ministério da Saúde – é preciso manter as
ações de prevenção. “Nós não podemos baixar a guarda. Não é porque
estamos conseguindo, ainda que parcialmente, um excelente resultado em
relação à dengue que deixaremos de nos preocupar nos próximos meses ou
anos. Portanto, temos que continuar com esse esforço contínuo da
sociedade e do poder público para garantir a segurança e saúde da
população”, ressaltou.
CASOS - Todas as regiões do país reduziram o número
de casos no primeiro bimestre de 2014. A região Sudeste obteve a maior
redução, passou de 232,5 mil notificações em 2013 para 36,9 mil este
ano. Em segundo lugar está o Centro-Oeste, que passou de 122,8 mil
(2013) registros para 28,2 mil (2014); seguido do Nordeste, que teve
queda de 29,6 mil (2013) para 7,9 mil (2014); Norte, de 22,3 mil (2013)
para 6,9 mil (2014) e Sul, de 20,3 mil (2013) para 6,9 mil (2014).
Dez estados concentram 86% dos casos registrados em 2014. As cidades
com o maior número são Goiânia (GO), 6.089; Luziânia (GO), 2.888;
Aparecida de Goiânia (GO), 1.838; Campinas (SP), 1.739; Americana (SP),
1.692; Belo Horizonte (MG), 1.647; Maringá (PR), 1.540; São Paulo (SP),
1.536; Brasília (DF), 1.483; e Campo Belo (MG), 1.410.
AÇÕES – As ações do Ministério da Saúde – realizadas
em conjunto com estados e municípios – contribuíram para a redução nos
números da dengue. Em novembro de 2013, o Ministério da Saúde dobrou o
recurso adicional enviado para incrementar medidas de vigilância,
prevenção e controle da doença. Ao todo, foram repassados R$ 363,4
milhões – 110% a mais do que em 2012. Além do repasse de recursos, o
Ministério da Saúde tem ampliado o atendimento na Atenção Básica ao
paciente com dengue, o que impacta na redução gradativa dos casos graves
e óbitos.
Para o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, a baixa
letalidade é resultado dessa parceria entre as áreas de vigilância e de
assistência à saúde. “Em 2011, nós fizemos um estudo sobre os óbitos por
dengue para identificarmos o que chamamos de óbitos evitáveis - aquelas
vítimas que, com intervenção de uma equipe da atenção básica ou da
Unidade de Pronto Atendimento (UPA), nós conseguiríamos evitar. Isso
gerou um protocolo, implantado em conjunto com as secretarias estaduais e
municipais de saúde, que fez com que o Brasil apresentasse uma das mais
baixas taxas de letalidades da América Latina e Caribe. Servindo,
inclusive, de modelo para outros países que combatiam a doença só no
controle do vetor, sem o olhar pelo serviço de saúde”, explicou.
Outra ação em expansão para combate à doença é o crescimento dos
municípios participantes do Levantamento de Índice Rápido de Infestação
por Aedes aegypti (LIRAa) - Mapa da Dengue. Entre janeiro e fevereiro de
2014, 1.459 municípios fizeram parte da pesquisa, o que significa um
aumento de 48% em relação ao mesmo período de 2013, quando 983 cidades
participaram do levantamento.
LIRAa - O levantamento é considerado um instrumento
fundamental para orientar as ações de controle da dengue, o que
possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de
prevenção. O levantamento é promovido em parceria com as secretarias
municipais de saúde. Os municípios classificados como de risco
apresentam larvas do mosquito em mais de 4% dos imóveis pesquisados. É
considerado estado de alerta locais em que os imóveis pesquisados
possuem larvas do mosquito entre 1% e 3,9%, sendo índice satisfatório
nos locais abaixo de 1% de larvas do Aedes aegypti.
Em relação às capitais, o LIRAa apontou situação de risco em Belém
(PA); Palmas (TO); Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT). Alerta em Boa Vista
(RR); Manaus (AM); Maceió (AL); Natal (RN); Recife (PE); Salvador (BA);
São Luís (MA); Aracaju (SE); Belo Horizonte (MG); Rio de Janeiro (RJ);
Vitória (ES); Campo Grande (MS) e Goiânia (GO). Já Macapá (AP); Teresina
(PI); Brasília (DF) e Curitiba (PR) apresentaram índice satisfatório. As
demais capitais até o encerramento da avaliação, não haviam enviado
informações.
Além de mostrar o local com maior incidência, o mapa da dengue também
revela o depósito de água onde foi encontrado o maior número de focos
de mosquito. Os criadouros predominantes diferem de acordo com as
regiões analisadas.
Principais criadouros - 2014 |
|||
Região |
Armazenamento de água |
Depósitos domiciliares |
Lixo |
Norte |
20,2% |
27,4% |
52,4% |
Nordeste |
75,3% |
18,2% |
6,5% |
Sudeste |
15,7% |
55,7% |
28,6% |
Centro-Oeste |
28,9% |
27,3% |
43,8% |
Sul |
12,9% |
37% |
50,1% |
CAMPANHA - Desde janeiro, o Ministério da Saúde
veicula campanha nacional de combate à dengue, com a participação do
jogador Cafu, capitão da seleção pentacampeã do mundo de futebol,
alertando para importância de se eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypt.
Com o slogan “Não dê tempo para a Dengue”, as peças são veiculadas em
TVs, rádio, internet, redes sociais e mídias impressa e exterior. O
objetivo é mostrar que a prevenção leva pouco tempo, mas o suficiente
para proteger familiares e vizinhos. O Ministério da Saúde investirá R$
30 milhões na campanha da dengue em 2014.
Além do reforço na orientação à população, o Ministério da Saúde
adquiriu 100 toneladas de larvicida, 227 mil litros de adulticida e 10,4
mil kits diagnósticos, que estão sendo enviados aos municípios. Para os
profissionais, estão sendo distribuídos guias de classificação de risco
e tratamento, além de capacitações por meio da Universidade Aberta do
SUS (UnaSUS).
CUIDADOS - Aos primeiros sintomas da dengue (febre,
dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a
recomendação do Ministério da Saúde é procurar o serviço de saúde mais
próximo e não se automedicar. Quem usa remédio por conta própria pode
mascarar sintomas e, com isso, dificultar o diagnóstico.
Para diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a
população verifique o adequado armazenamento de água, o acondicionamento
do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam
acumular água e virar criadouros do mosquito. Além disso, é essencial
cobrar o mesmo cuidado do gestor local com os ambientes públicos, como o
recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios,
praças, cemitérios e borracharias.
fonte: Ascom - Ministério da Saúde
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