Na noite passada, uma amiga foi assaltada. Pessoa pacata, que não agride ninguém e nem tem o dom de sair falando asneiras, ela desabafou sobre o ocorrido. Decidi reproduzir e sem comentar:
Olá amigos! Fazia muito tempo que eu não
aparecia por aqui. Eu gostaria de ter retornado em outras circunstâncias, mas
infelizmente não foi possível. O motivo do meu retorno se deve a duas
situações: a primeira é para informar que eu estou sem aparelho celular porque
tive os meus pertences roubados no início da noite desta segunda-feira (11)
quando eu acabava de sair de mais um dia de trabalho; a segunda é para
desabafar a minha tristeza, raiva e, principalmente, revolta por ter sido mais
uma vítima desta falta de segurança pública no meu Maranhão. Eu admito que
pensei bastante se deveria ou não relatar o ocorrido, mas diante da imensa violência
que eu sofri achei conveniente escrever o que eu estou pensando a respeito do
assunto.
Antes de qualquer coisa eu gostaria de
esclarecer que não estou aqui como uma comunicóloga e nem como uma pessoa que
deseja manipular o pensamento alheio sobre o meu caso. Eu estou aqui para
desabafar como uma cidadã de bem e como pagadora dos meus tributos. Acredito
que eu tenho o pleno direito de cobrar sim o que há meses a gestão do atual
governo do Maranhão não faz, que é proteger quem está fora das grades.
Isso mesmo! No meu Maranhão não existe
nenhuma segurança como é falsamente discursado pelo atual governador, Flávio
Dino, e pelo o seu secretário, Jefferson Portela. O meu Maranhão atualmente é
cheio é de roubos, de furtos, de homicídios, de estupros. O meu Maranhão é
cheio de violência. Violência na qual eu convivo diariamente durante as
matérias policiais que eu apuro e noticio. Violência que eu sempre tento me
esquivar, mas que hoje fui obrigada a aceitar quando fui vítima de uma ação
criminosa com "direito" a soco no estômago e ponta de faca
direcionada para a minha barriga. Sem falar na violência psicológica que, o
meliante conseguiu deixar e que, com certeza, levará meses para eu esquecer.
Baseada nessa triste realidade que hoje eu
questiono os poderosos que fingem nos proteger: até quando seremos reféns de
nosso próprio medo? Até quando seremos obrigados a assistir passivamente a
perda de nossos bens materiais conquistados com o suor do nosso corpo? Até
quando vai durar o nosso receio de morrer baleado, esfaqueado ou linchado
brutalmente em uma rua qualquer? Será que nós merecemos viver no meio desse
imenso descaso? Já está passando da hora de tomarmos uma atitude em conjunto. É
preciso cobrar as melhorias no Maranhão que dizem "ser da gente" para
que no futuro não possamos virar coadjuvantes de nossas vidas.
Márcia Carlile - radialista
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