O governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB),
anunciou ontem (19) mudanças na administração secundária do Maranhão, com a justificativa
de que as medidas reduzam despesas e agilizem procedimentos administrativos.
Secretarias deixaram de existir isoladamente e se fundiram a outras. Com a
ação, o governador “tirou o poder” de alguns nomes e deu para outros.
Mas, nesta mudança, quem sai perdendo e quem
saiu ganhando na nova estratégia governamental? Há perda de espaço? Ao meu ver,
sim.
A primeira mudança anunciada foi a fusão da
Cultura com o Turismo. A pasta responsável por auxílio aos artistas e
desenvolvimento das artes no Maranhão era comandada por Felipe Camarão. A secretaria,
por sinal, já havia passado por mudança, quando a professora Estér Marques
deixou o comando e foi para a assessoria especial (?) de Flávio, sendo substituída
por Felipe. O jovem advogado já vinha da Secretaria de Gestão e Previdência,
onde organizou a casa. Fez o mesmo na SECMA, mas está de mudança de novo (trato
mais a frente).
A SeTur tinha a frente Delma Andrade, que, em
um ano, conseguiu divulgar bem o Maranhão e a proeza de trazer vôos internacionais
para o Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado. Mas não foi o suficiente para
melhorar a imagem do estado. Ela agora passa a ser adjunta do ex-adjunto de
Camarão, Diego Galdino. Para a classe cultural, um nome bom, que deve dar
continuidade ao trabalho feito pelo antecessor, mas que foi indicado sem uma
consulta prévia. Isso deixou artistas e produtores culturais “bolados”.
A outra fusão foi entre Comunicação e Assuntos
Políticos. É uma pasta de quem perdeu poder. O titular da comunicação era
Robson Paz, que volta a ser adjunto de Márcio Jerry (foram secretário e adjunto
na Prefeitura de São Luís), que, por sua vez, perdeu poder de interferência política.
Pelo menos, essa é a interpretação que pessoas mais experientes na política tem
feito. Quem saiu ganhando foram Marcelo Tavares e Felipe Camarão.
Marcelo Tavares quase nunca apareceu ao longo
de 2015. Seu papel era ofuscado pelos poderes de Jerry e Casa Civil parecia ser
um mero enfeite no currículo do ex-deputado. Mas, depois de reclamações de
parlamentares e políticos dos mais variados ramos, Flávio teve que buscar novo
nome de diálogo e, na opinião dos interessados, Tavares exerceria bem esse
papel. Afinal, foi deputado por muitos anos e ainda tem bom trânsito na
Assembléia Legislativa.
Felipe Camarão foi o andarilho de 2015
(qualquer semelhança com Olga Simão, um dos braços direitos da ex-governadora
Roseana Sarney, é mera coincidência nas idas e vindas de pasta. E só). Começou na
Gestão e Previdência, arrumou a casa, mas teve que sair. Foi remanejado para a
Cultura, ajeitou tudo e agradou. Porém, mais uma vez, deixou o posto ocupado
para assumir outro. Vai para a nova Secretaria de Governo, mais próxima de
Flávio Dino, com mais poderes, mais interferências. Será o responsável pelo monitoramento
de metas governamentais.
Outra mudança de poder passa pela Cultura –
onde estava Felipe – e pelo Turismo. Diego Galdino, até então adjunto, passa a
ser titular da nova pasta. E a ex-titular do Turismo será adjunta de Galdino. Um
subiu, outro desceu.
As mudanças só serão
efetivamente constituídas quando passarem pela Assembléia Legislativa. Mas já
deu para perceber quem ganha poder e quem perde. Só não se sabe se agradou a
todos os atingidos.
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