terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Perdas e ganhos de poder?

O governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB), anunciou ontem (19) mudanças na administração secundária do Maranhão, com a justificativa de que as medidas reduzam despesas e agilizem procedimentos administrativos. Secretarias deixaram de existir isoladamente e se fundiram a outras. Com a ação, o governador “tirou o poder” de alguns nomes e deu para outros.
Mas, nesta mudança, quem sai perdendo e quem saiu ganhando na nova estratégia governamental? Há perda de espaço? Ao meu ver, sim.
A primeira mudança anunciada foi a fusão da Cultura com o Turismo. A pasta responsável por auxílio aos artistas e desenvolvimento das artes no Maranhão era comandada por Felipe Camarão. A secretaria, por sinal, já havia passado por mudança, quando a professora Estér Marques deixou o comando e foi para a assessoria especial (?) de Flávio, sendo substituída por Felipe. O jovem advogado já vinha da Secretaria de Gestão e Previdência, onde organizou a casa. Fez o mesmo na SECMA, mas está de mudança de novo (trato mais a frente).
A SeTur tinha a frente Delma Andrade, que, em um ano, conseguiu divulgar bem o Maranhão e a proeza de trazer vôos internacionais para o Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado. Mas não foi o suficiente para melhorar a imagem do estado. Ela agora passa a ser adjunta do ex-adjunto de Camarão, Diego Galdino. Para a classe cultural, um nome bom, que deve dar continuidade ao trabalho feito pelo antecessor, mas que foi indicado sem uma consulta prévia. Isso deixou artistas e produtores culturais “bolados”.
A outra fusão foi entre Comunicação e Assuntos Políticos. É uma pasta de quem perdeu poder. O titular da comunicação era Robson Paz, que volta a ser adjunto de Márcio Jerry (foram secretário e adjunto na Prefeitura de São Luís), que, por sua vez, perdeu poder de interferência política. Pelo menos, essa é a interpretação que pessoas mais experientes na política tem feito. Quem saiu ganhando foram Marcelo Tavares e Felipe Camarão.
Marcelo Tavares quase nunca apareceu ao longo de 2015. Seu papel era ofuscado pelos poderes de Jerry e Casa Civil parecia ser um mero enfeite no currículo do ex-deputado. Mas, depois de reclamações de parlamentares e políticos dos mais variados ramos, Flávio teve que buscar novo nome de diálogo e, na opinião dos interessados, Tavares exerceria bem esse papel. Afinal, foi deputado por muitos anos e ainda tem bom trânsito na Assembléia Legislativa.
Felipe Camarão foi o andarilho de 2015 (qualquer semelhança com Olga Simão, um dos braços direitos da ex-governadora Roseana Sarney, é mera coincidência nas idas e vindas de pasta. E só). Começou na Gestão e Previdência, arrumou a casa, mas teve que sair. Foi remanejado para a Cultura, ajeitou tudo e agradou. Porém, mais uma vez, deixou o posto ocupado para assumir outro. Vai para a nova Secretaria de Governo, mais próxima de Flávio Dino, com mais poderes, mais interferências. Será o responsável pelo monitoramento de metas governamentais.
Outra mudança de poder passa pela Cultura – onde estava Felipe – e pelo Turismo. Diego Galdino, até então adjunto, passa a ser titular da nova pasta. E a ex-titular do Turismo será adjunta de Galdino. Um subiu, outro desceu.
As mudanças só serão efetivamente constituídas quando passarem pela Assembléia Legislativa. Mas já deu para perceber quem ganha poder e quem perde. Só não se sabe se agradou a todos os atingidos.

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