quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Os percalços da dita democracia

No último domingo (05), o país inteiro entrou em frenesi por conta das eleições que deveriam definir nossos novos governantes. Pois bem! Nem todos saíram de imediato. No Maranhão, ainda voltaremos para decidir quem vai governar o Brasil: Dilma Rousseff (por mais quatro anos com seu PT) ou Aécio Neves (devolvendo o poder ao PSDB). Mas algumas consequências do primeiro turno já podem ser analisadas. Melhor que isto: podem e devem ser revisadas. Focarei em apenas algumas, que vejo como extremamente importantes.
foto: Arquivo Andressa Miranda
A dita liberdade de expressão e não-proibição de santinhos com punição severa a quem imprime e distribue tal material traz um prejuízo multifacetário. Primeiro, suja e deixa a cidade parecendo um chiqueiro. Quem faz esta prática (é bom dizer que são os políticos que dizem lutar por diversos projetos, entre eles os de preservação do meio ambiente), esquece que tudo isso gera uma montanha de lixo difícil de recolher. São tantos santinhos jogados pela cidade que fica difícil para os agentes de limpeza pública retirarem tudo em um único dia. Eu mesmo vi toda sujeirada sendo feita. A caminho do plantão especial de eleições, por volta das seis da manhã, tinha carro rodando em São Luís, com gente soltando papel com santinho de candidatos pela janela e pelo teto solar. Uma tremenda falta de decência! O pior é que eles estão causando acidentes, como pudemos ver ao longo do dia pós-eleições. Gente com perna quebrada, braço com luxação, cabeça enfaixada. Será que algum desses porcos de duas pernas imaginou se fosse ele (ou ela) derrapando no montante de papéis jogados no chão? Não! Definitivamente não. Não desejo mal a ninguém... Espero que eles se conscientizem e revejam o que fazem. Ou, então, torcerei para eles derraparem no próprio veneno da próxima vez.
foto: Arquivo Andressa Miranda
Outro ponto que questiono (na verdade, mais uma vez) é a dita pluralidade partidária. Nunca fui a favor da liberação de tantos partidos. E, a cada dia que passa, eles só aumentam. Para muitos, pode ser apenas um simples aumento no número de siglas. Mas a primeira consequência vem na posse dos novos deputados federais em fevereiro do ano que vem. Pela primeira vez, teremos 28 partidos representados dentro da Câmara Federal. Isso mesmo, 28. É mais de um por estado. Com tantos partidos, surgem vários interesses; com tantos interesses, as votações ficam travadas; com as votações travadas, o interesse pelo público se torna irrisório, as decisões demoram a sair e o país atrasa - isso se não andar para trás. Calma! Não é a única consequência. Neste ano, já tivemos 11 candidatos a presidência. POderíamos ter mais, porém, graças as chamadas coligações, o número de presidenciáveis não é tão "absurdo". mas, imagine, só tente imaginar se mais da metade dos partidos não se entenderem nas convergências poíticas e cada um resolve lançar seu próprio candidato? É, é quase impossível isso. Mas falar em mais da metade querendo assumir o posto máximo da nação não é tão distante assim.
Enfim, vejo que a Justiça Eleitoral e o Supremo devem chamar o Legislativo para refletir essa dita pluralidade democrática. É como dizem os antigos: oferecer regalias demais, dá nisso.

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