quarta-feira, 9 de julho de 2014

Jogo dos Sete erros

Erros que levaram o Brasil a cair diante da Alemanha

1.    Convocação – Desde quando começou sua segunda passagem pela seleção brasileira, Luís Felipe Scolari começou a escrever uma história diferente, com jogadores diferentes, muitos até então desconhecidos. Quem já tinha ouvido falar de Fernandinho? Luís Gustavo? Hulk? Até mesmo David Luiz? Essas foram algumas das apostas de Felipão. E ele ainda deu crédito para alguns jogadores não tão expressivos, que faziam certo diferencial no clube que defendiam. Faltaram nomes de peso, que colocassem medo. A mística da camisa amarela já não é considerada uma historinha para colocar temor nos adversários.

2.    Preparação – Encarar amistosos contra seleções inexpressivas pode servir como tática para preservar jogadores de contusões indesejadas e fora de hora, mas não contribui em nada quando você quer saber como o time pode render em uma competição de alto rendimento. Veja outras grandes seleções que estiveram na Copa; enfrentaram adversários mais fortes ou marcaram amistosos com quem ia estar na Copa. Balela? Então analise o amistoso da Itália contra o Fluminense e me diga em que ajudou o selecionado.

3.    Dependência de um jogador – Ficar dependente de um jogador é deixar à mostra a carta que pode decidir o jogo. Desde os amistosos, passando pela Copa das Confederações, convocação até chegar à Copa do Mundo, foi-se colocando as responsabilidades do time canarinho nas costas de Neymar. Ele, orgulhoso que é, aceitou carregar o piano sozinho. O corpo sente a pressão também. E quando o joelho de Zuñiga encontrou as costas do camisa 10 do Brasil, ele estava muito mais vulnerável. Foi uma contusão que doeu nele e em todos que estão no grupo da seleção brasileira. Como jogar sem alguém do qual estamos tão dependentes? Se eles não se perguntaram isso, perderam a oportunidade de refletir que eles poderiam ser muito mais sem Neymar, que, diga-se de passagem, não fez nada de extraordinário nos cinco jogos que entrou.

4.    Horário dos jogos – das seis partidas que disputou, o Brasil fez cinco em horários de calor mais moderado. Só uma partida à uma da tarde; todas as outras foram às quatro ou cinco da tarde, com sol baixo. Até soou favorecimento... Em oposição, os adversários jogaram bem mais vezes na abertura da rodada do dia. A Alemanha, por exemplo, jogou três vezes, inclusive na estréia, quando deu um baile em cima de Portugal. Seguindo isso, veio outro erro do Brasil, que foi...

5.    Treinos – Enquanto alguns dos principais rivais iam para as areias das praias e treinavam ao meio-dia ou início da tarde, o Brasil só treinava no meio da manhã e no horário dos jogos que faria. Não teve preparo suficiente como os adversários e, mais uma vez, ressalto o bom preparo da Alemanha, que fortificou o físico tão essencial para o tático que queriam expor.

6.    Insistência com jogadores apagados – Scolari tem predileção por jogadores. Normal. Todo mundo tem seus amigos preferidos, irmão preferido, primo preferido, colega de trabalho preferido. Mas, em jogo, isso não pode influenciar. E Felipão se deixou levar pela insistência. Ela até que poderia dar certo, mas tava na cara que seria muito, mas muito difícil mesmo. O exemplo mais claro dessa insistência desatinada foi Fred. Criticado desde o primeiro jogo, foi colecionando a antipatia dos brasileiros. Mas, em todos os jogos, começou jogando. Foi a personificação de uma seleção fraca, sem estrutura.

7.    Preciosismo midiático – A super-exposição do time e de todos que fazem a delegação foi superior ao desempenho de cada um em sua área de atuação. Até o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, ficou mais conhecido. Felipão virou tão garoto propaganda quanto Neymar. O camisa 10, Fred, o inexpressivo Dani Alves... todos objetos de comerciais. O sucesso na TV e nas redes não refletiu em campo.

Se formos analisar com mais calma, existem mais erros. Mas, como o número 7 está em voga, ficamos por aqui.

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